Please use this identifier to cite or link to this item: http://hdl.handle.net/11422/19392
Full metadata record
DC FieldValueLanguage
dc.contributor.authorDias, Carla da Costa-
dc.date.accessioned2022-12-15T21:03:15Z-
dc.date.available2023-12-21T03:09:41Z-
dc.date.issued2022-12-
dc.identifier.citationDIAS, Carla da Costa. O povo em coleções: a Coleção Regional do Museu Nacional, 1920-1950. Rio de Janeiro, RJ: Ed. UFRJ, 2022. 506 p.pt_BR
dc.identifier.isbn9788571084797pt_BR
dc.identifier.urihttp://hdl.handle.net/11422/19392-
dc.description.abstractUnavailablept_BR
dc.description.sponsorshipFUJBpt_BR
dc.languageporpt_BR
dc.publisherEditora UFRJpt_BR
dc.rightsAcesso Abertopt_BR
dc.subjectMuseu Nacional (Brasil)pt_BR
dc.subjectMuseus e coleções etnológicaspt_BR
dc.subjectEtnologiapt_BR
dc.subjectEthnological museums and collectionspt_BR
dc.subjectEthnologypt_BR
dc.titleO povo em coleções: a Coleção Regional do Museu Nacional, 1920-1950pt_BR
dc.typeLivropt_BR
dc.description.resumoNo final do século passado, em meio à escravidão, ao seu fim jurídico e à persistência (até hoje) do seu legado cultural, ao final da Monarquia, e ao estabelecimento (nada republicano) por um golpe de Estado do regime republicano, a preocupação de se pensar a viabilidade de um povo brasileiro era inarredável. Num tempo marcado pelo evolucionismo e pelas teorias raciológicas (e racistas), as posições sobre o caráter nefasto (mais frequente) ou positivo da “mistura” de três raças (o índio, o negro e o branco), como já amplamente estudado e debatido, ideias como a do branqueamento progressivo da população brasileira, em especial pelo aumento do “componente branco” (por meio da atração seletiva de imigrantes europeus), confrontavam-se àquelas que, relacionando o meio aos homens, tomavam os mestiços como os povoadores ideais do país. É claro que a história é bem mais variada e sutil que essas duas posições polares, que estiveram representadas no Museu Nacional de João Batista de Lacerda (com sua tese do branqueamento) e, depois, de Edgard Roquette-Pinto, que além de conceber um outro desenho de nação em seus textos, compôs coleções etnográficas e as expôs neste dispositivo imagético de notável penetração, sobretudo no período coberto pelo texto, que é/ era um Museu Nacional. A Roquette-Pinto se seguiriam Heloisa Alberto Torres e Luiz de Castro Faria, para ficarmos apenas com os colecionadores da instituição. O povo em coleções nos mostra, porém, que esse trabalho de gestão do imaginário e de disseminação de uma visão de Brasil contou com muitas outras colaborações e foi parte essencial da constituição de acervos, de elaboração reflexiva e de reconfiguração do próprio Museu Nacional. Desde as reconfigurações do museu, ainda sob o Império, a uma verdadeira refundação a partir dos anos 1910, já sob o regime republicano, até após o Estado Novo, o livro nos faz seguir a trilha da invenção nacional que se propôs no transcurso dos anos de 1920 a 1950. Vemos, em especial, como ela se apoia no pensamento antropológico, que vai se metamorfosear no período. A Coleção Sertaneja e a sala Euclydes da Cunha apoiavam-se na antropogeografia, que orientava a pesquisa pioneira de Edgard RoquettePinto e que encontra em Rondônia – Anthropologia – Ethnographia (Rio de Janeiro: Museu Nacional, 1917), seu primeiro livro, um registro que expõe ao público nacional e internacional os sertões, onde indígenas e mestiços (os sertanejos) habitavam. Nas exposições de 1947, a base estava mais próxima à antropologia culturalista e dava ensejo à expansão da ideia de folclore e de um museu orientado à educação e em direta conexão com materiais didáticos. Na transmutação do regional em folclórico, une-se a diversidade em uma narrativa de nação que, com pequenas redefinições, esteve presente dos livros didáticos a textos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Carla Dias, simultaneamente, nos mostra as práticas da instituição, a heterogeneidade dos processos de colecionamento, as redes de relações mundo afora que se estabeleciam no circuito de pesquisas e de trocas entre museus (e que vemos agora, após o incêndio, serem reconstruídas a serviço da instituição que também pesquisa cultura material, que também interfere conscientemente na vida da cidade e do país, projetando uma imagem conscientemente construída, o que por muito tempo foi deixado de lado, ao menos na área da antropologia). Trata-se, assim, de uma contribuição que nos mostra desde os bastidores da prática antropológica e da instituição aos fios do tecido social da construção nacional. Ademais, é trabalho pioneiro na investigação a partir das e sobre as – hoje, após sua destruição, tão pranteadas quão pouco estudadas – coleções etnográficas do Museu Nacional. Apresenta-nos, de maneira vivaz e fartamente ilustrada, sua total indissociabilidade. A pesquisa que o livro nos traz é ainda mais importante porque permite o resgate de uma história da antropologia que precede o modelo instalado a partir das transformações na relação entre pesquisa e pós-graduação nos anos 1960, que daria lugar à forma contemporânea de se fazer antropologia. O texto de Carla Costa Dias, originalmente uma tese de doutorado em Artes Visuais, na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (onde hoje ela é professora), premiada com a 1ª Menção Honrosa no Concurso Silvio Romero de 2005, do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, ancora- -se numa densa e instigante pesquisa nos acervos de peças e documentos do Setor de Etnologia e Etnografia/Departamento de Antropologia, e no Setor de Memória e Arquivo do Museu (Semear), que produziu também uma documentação visual, tanto mais importante hoje em virtude do fato de que os documentos e as peças referidos e reproduzidos foram totalmente destruídos pelo incêndio que consumiu o prédio e muitos dos acervos da instituição em 2 de setembro de 2018. Este livro é, pois, um documento de singular importância, a um tempo análise e memória do que perdemos, e estímulo para se conceber o Museu do século XXI que queremos construir. Publicado, torna-se referência fundamental nos temas que aborda com brilhantismo e vivacidade, dando voz a coleções que, mesmo perdidas, constituem parte essencial da memória do fazer de um povo brasileiro.pt_BR
dc.publisher.countryBrasilpt_BR
dc.publisher.departmentEditora UFRJpt_BR
dc.publisher.initialsEd. UFRJpt_BR
dc.subject.cnpqCNPQ::CIENCIAS HUMANAS::ANTROPOLOGIApt_BR
dc.embargo.termsabertopt_BR
Appears in Collections:Ciências Humanas

Files in This Item:
File Description SizeFormat 
O-povo-em-colecoes_website.pdf2.22 MBAdobe PDFView/Open


Items in DSpace are protected by copyright, with all rights reserved, unless otherwise indicated.