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Type: Dissertação
Title: Novas morbidades em unidades de terapia intensiva pediátrica no Rio de Janeiro
Author(s)/Inventor(s): Oliveira, Ana Cecília Aziz Ramos Saud de
Advisor: Cunha, Antonio Jose Ledo Alves da
Co-advisor: Barbosa, Arnaldo Prata
Co-advisor: Setta, Fernanda Lima
Abstract: Introdução: A terapia intensiva pediátrica evoluiu drasticamente desde seu surgimento, reduzindo as taxas de mortalidade, mas às custas de aumento das morbidades, tornando-se importante a definição de novos desfechos pediátricos. A morbidade, porém, é mais difícil de ser definida e aferida, tornando os estudos que avaliam esse desfecho extremamente heterogêneos, além de existirem poucos estudos longitudinais sobre o tema no Brasil e na América Latina. As consequências da internação na UTIP já foram definidas como a síndrome pós terapia intensiva pediátrica. (PICS-p). Nesse contexto, foi criada a escala Functional Status Scale (FSS), que engloba as atividades de vida diária, avaliando a funcionalidade dos pacientes, contemplando o estado mental, a funcionalidade sensorial, comunicação, funcionamento motor, alimentação e estado respiratório. Nova morbidade é definida por um aumento de três ou mais pontos nessa escala, comparando-a ao status basal. Nesse estudo utilizamos essa definição para avaliar a incidência de novas morbidades em unidades de terapia intensiva pediátrica (UTIPs). Objetivos: Descrever a incidência de novas morbidades na alta da UTIP e no seguimento 60 dias após a alta, além das características da população que desenvolveu novas morbidades, sua trajetória e fatores associados. Além disso, descrevemos os domínicos mais acometidos. Métodos: estudo longitudinal prospectivo, em quatro UTIPs no Rio de Janeiro, de dezembro de 2019 a dezembro de 2021. Recorte de um estudo maior de intervenção com diários em UTIPs (denominado estudo FOREVER). Incluiu crianças de 29 dias a 12 anos, que permaneceram mais de 36 horas na UTIP. Pacientes foram analisados em três momentos: 1- primeiras 48 horas de internação, sendo coletados dados demográficos, clínicos e o FSS basal; 2- alta da UTIP, coletando o FSS da alta, dados clínicos e assistenciais da internação; 3– após 60 dias da alta da UTIP, com FSS do seguimento. Desfecho principal foi a incidência de novas morbidades no seguimento pós-alta. Desfechos secundários foram: incidência de novas morbidades na alta da UTIP; mediana de valores do FSS na alta e no seguimento; descrição das características gerais dos pacientes com novas morbidades; fatores associados ao desenvolvimento de novas morbidades e descrição dos domínios funcionais mais acometidos. Resultados: Foram analisados 414 pacientes na alta e 360 no seguimento. A incidência de novas morbidades na alta da UTIP foi de 14% (59/414) e 2,8% (10/360) no seguimento. Mediana de seguimento de 50 dias. Características demográficas, como FSS basal, sexo, idade e doenças crônicas prévias não foram associadas a novas morbidades no seguimento. Mediana do FSS foi de 6 nos três momentos de avaliação, com 82% dos pacientes apresentando boa função basal, 20% apresentando declínio da funcionalidade na alta da UTIP e, em seguida, se recuperando no seguimento, com 83% categorizados com boa função. Fatores associados a novas morbidades no seguimento foram: transferência de outro hospital (OR 10; 95% IC, 2,1-48), piores escores de mortalidade, disfunção orgânica, uso e tempo de ventilação mecânica e tempo de internação na UTIP (OR 1.02; 95% IC 1-1.05). Diagnósticos neurológicos na admissão e disfunção neurológica estavam mais presentes naqueles com novas morbidades no seguimento (40% e 50%, respectivamente, amos p<0,001) e também foram associados a estes (OR 11,8; IC 95% 3-46 e OR 16,5; IC 95% 4,4-61,7, respectivamente, ambos p<0,001). Os domínios funcionais mais afetados foram o respiratório e alimentar na alta da UTIP e motor e comunicação no seguimento. Conclusão: Na nossa coorte de crianças admitidas em UTIPs gerais encontramos baixas taxas de novas morbidades no seguimento e que novas morbidades na alta da UTIP podem ser temporárias. Evidencia-se a importância de identificar e avaliar fatores que possam estar relacionados a qualidade do cuidado, sendo assim, modificáveis. Isso destaca que a avaliação de morbidade pela escala FSS deveria ser uma medida padrão de desfechos pediátricos, mas também ressalta que devemos integrar outras áreas de avaliação para melhorar os desfechos englobados na definição de PICS-p, como aqueles centrados na família, além de ferramentas de qualidade de vida relacionada à saúde, melhorando as estratégias de acompanhamento pós-alta.
Abstract: Introduction: Pediatric intensive care has evolved drastically since its beginning, reducing mortality rates but increasing morbidity rates, making the definition of new pediatric outcomes important. However, morbidity is more challenging to define and assess, making studies that evaluate this outcome extremely heterogeneous. Also, there are few longitudinal studies on the subject in Brazil and Latin America. The consequences of hospitalization in the PICU have already been defined as the post-intensive care syndrome in pediatrics (PICS-p). In this context, the Functional Status Scale (FSS) was created, which encompasses activities of daily living, evaluating patients' functionality, including mental status, sensory functioning, communication, motor functioning, feeding, respiratory status. New morbidity is defined by an increase of three or more points on this scale compared to baseline status. In this study, we used this definition to assess the incidence of new morbidities in pediatric intensive care units (PICUs). Objectives: To describe the incidence of new morbidities upon discharge from the PICU and in the 60-day follow-up, as well as the characteristics of the population that developed new morbidities, their trajectories, and associated factors. Also, describe witch domains were most affected. Methods: A prospective longitudinal study was conducted in four PICUs in Rio de Janeiro from December 2019 to December 2021. Children aged 29 days to 12 years who remained more than 36 hours in the PICU were included. This is a secondary analysis of an interventional study with PICU Diaries. Patients were analyzed at three distinct time points: 1- within the first 48 hours of admission, collecting demographic, clinical, and baseline FSS data; 2- at PICU discharge, collecting discharge FSS data, along with clinical and critical care data from the hospitalization; 3- after 60 days post-PICU discharge, follow-up FSS was assessed. The primary outcome was the incidence of new morbidities, defined as an increase in the Functional Status Scale (FSS) score ≥ 3 points from baseline, in follow-up. Secondary outcomes were the incidence of new morbidities at PICU discharge, FSS values at PICU discharge and follow-up, description of general characteristics of patients with new morbidities, factors associated with new morbidities and description of the most affected functional domains. Results: There were 414 patients analyzed at discharge and 360 at follow-up. The incidence of new morbidity at PICU discharge was 14% (59/414) and 2.8% at follow-up (10/360). Demographic characteristics such as baseline FSS, gender, age, and prior chronic conditions were not associated with new morbidity at follow-up. Median FSS was 6 in the three assessment times, with 82% of patients having good functionality at baseline, 20% of them declining in functionality at PICU discharge, and then recovering at follow-up to 83% of them categorized as good. Factors associated with new morbidities at follow-up were admissions from referring hospitals (OR 10; 95% CI, 2.1-48), worse mortality scores, organ dysfunctions, mechanical ventilation duration, and PICU length of stay (OR 1.02; 95% CI 1-1.05). Neurologic diagnoses at admission and neurologic dysfunction were more present in those with new morbidities at follow-up (40% and 50% respectively, both p<0.001) as well as were associated with them (OR 11.8; 95% CI 3-46 and OR 16.5; 95% CI 4.4-61.7, respectively, both p<0.01). The most affected functional domains were the respiratory and feeding ones at PICU discharge and the motor function and communication at follow-up. Conclusion: In our cohort of children admitted to general PICUs, we found low levels of new morbidity at short-term follow-up, and that new morbidities at PICU discharge might be temporary. It is imperative to address and predict factors that may be related to the quality of care, and therefore, modifiable. This highlights that morbidity assessments by FSS should be a core pediatric outcome measure but also underscores the question of whether we should integrate other areas of evaluation to improve outcome measurements in the PICS-p as a whole, like family-centered outcomes and health-related quality-of-life tools, improving post-discharge follow-up strategies.
Keywords: Estado funcional
Morbidade
Avaliação de resultados em cuidados de saúde
Unidades de terapia intensiva pediátrica
Assistência ao convalescente
Subject CNPq: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::MEDICINA::SAUDE MATERNO-INFANTIL
Program: Programa de Pós-Graduação em Saúde Materno-Infantil
Production unit: Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira
Publisher: Universidade Federal do Rio de Janeiro
Issue Date: 6-Jun-2024
Publisher country: Brasil
Language: por
Right access: Acesso Aberto
Citation: OLIVEIRA, Ana Cecília Aziz Ramos Saud de. Novas Morbidades em unidades de terapia intensiva pediátrica no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2024. Dissertação (Mestrado em Saúde Materno-Infantil) - Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2024.
Appears in Collections:Saúde Materno-Infantil

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