Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://hdl.handle.net/11422/23404
Tipo: Dissertação
Título: Kurâ Xunâry memória do povo Kurâ Bakairi
Autor(es)/Inventor(es): Xagope, Valdo Kutaiava
Orientador: Souza, Tania Conceição Clemente de
Resumo: No caso específico desta pesquisa, o analista é tanto pesquisador, quanto Kurâ Bakairi. Logo, o olhar é outro. Temos como objetivos o registro de muito da sociedade Kurâ Bakairi e a discussão de como saberes milenares vêm sendo guardados e ressignificados no âmbito de uma materialidade específica – a oralidade. Como são arquivados esses saberes? Como, apesar do confronto premente entre o mundo Bakairi e o mundo Karaiwa, os Kurâ conhecem e se reconhecem na tessitura histórica de crenças, gestos culturais, princípios morais e na organização social, entendidos como traços da estrutura basilar da identidade Kurâ? O trabalho se divide em três partes. Uma teórica, fundada em conceitos de pesquisadores que realizaram pesquisa sobre os Kurâ e aborda, sobretudo, a contribuição de Karl von den Steinen nos livros O Brasil central: expedição de 1884 para exploração do Rio Xingu e Entre aborígenes do Brasil central. Procuramos estabelecer aí uma relação entre os Bakairi xinguanos e os Bakairi de Rio Novo e observo, ainda, o impasse que se cria com a presença de um terceiro grupo de Bakairi. A partir dessa informação, tentamos abordar a forma como foi conduzido o processo de reunião de diferentes grupos Baikairi em dois locais locais: PI Simões Lopes e PI Santana. A segunda parte do trabalho descreve a organização social Kurâ; para tanto, utilizo-me do trabalho de Taukane (1996), que investiga a educação tradicional dos Kurâ, notando as mudanças que ocorreram ao longo do tempo em todo os sentidos; registro, também, a importância dos pyaji (pajé) entre os Kurâ, visto que esse povo acredita na existência de dois tipos de doenças (Kurâ e Karaiwa). Todo seu acontecimento está voltado à espiritualidade desse povo, à importância de ser humano como pessoa, de modo que a vida tem grande importância para essa cultura. Para esse povo, todas as passagens do ciclo da vida têm marcadores do tempo: o nascimento, a puberdade, a idade adulta e a morte são relatados na essência Kurâ, que vem se perdendo. A terceira parte do trabalho versa sobre a mitologia Kurâ e trabalha a memória Kurâ. Baseio minhas observações, principalmente, em Discurso e Oralidade: um estudo em língua indígena (SOUZA, 1994, dentre outros). Neste trabalho, sempre denomino os Bakairi de Kurâ, pois Bakairi é uma palavra que não tem significado dentro da etnia Kurâ.
Resumo: In the specific case of this research, the analyst is both a researcher and Kurâ Bakairi. So the look is different. We have as objectives the record of much of the Kurâ Bakairi society and the discussion of how millennial knowledge has been kept and re-signified within a specific materiality - orality. How are these knowledge archived? How, despite the pressing confrontation between the Bakairi world and the Karaiwa world, do the Kurâs recognize and recognize themselves in the historical fabric of beliefs, cultural gestures, moral principles and social organization, understood as traces of the basic structure of Kurâ identity? The work is divided into three parts. A theoretical, based on the concepts of researchers who carried out research on the Kurâ and focus, above all, the contribution of Karl von den Steinen in the books Central Brazil: expedition of 1884 for exploration of the Xingu River and Between aborigines of central Brazil. We sought to establish a relationship between the Xingu Bakairi and the Bakairi of Rio Novo, and I also observe the impasse created by the presence of a third group of Bakairi. From this information, we try to understand how the process of meeting different Baikairi groups was conducted in two current locations: PI Simões Lopes and PI Santana. The second part of the paper describes the social organization Kurâ; for that, I use the work of Taukane (1996), who investigates the traditional education of the Kurâs, observing the changes that have occurred throughout time in all directions; also we record the importance of the pyaji (pajé) among the Kurâ, since these people believe in the existence of two types of disease (Kurâ and Karaiwa). Its whole event is focused on the spirituality of this people, the importance of being human as a person, so that life has great importance for this culture. For this people, all passages in the life cycle have markers of time: birth, puberty, adulthood and death are reported in the essence of Kurâ, which is being lost. The third part of the work is about the Kurâ mythology and the Kurâ memory works. I base my observations mainly on Discourse and Orality: a study in the indigenous language (SOUZA, 1994, among others). In this work, I always call the Bakairi of Kurâ, for Bakairi is a word that has no meaning within the Kurâ ethnicity.
Palavras-chave: Línguas indígenas
Memória social
Oralidade
Kurâ Bakairi
Assunto CNPq: CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRAS::LINGUAS INDIGENAS
Programa: Curso de Mestrado Profissional em Linguística e Línguas Indígenas
Unidade produtora: Museu Nacional
Editora: Universidade Federal do Rio de Janeiro
Data de publicação: 21-Mar-2018
País de publicação: Brasil
Idioma da publicação: por
Tipo de acesso: Acesso Aberto
Citação: XAGOPE, Valdo Kutaiava. Kurâ Xunâry memória do povo Kurâ Bakairi. 2018. 56 f. Dissertação (Mestrado em Linguística e Línguas Indígenas) - Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2019.
Aparece nas coleções:Linguística e Línguas Indígenas

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
VKXAGOPE.pdf770.23 kBAdobe PDFVisualizar/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.